Equipe econômica do governo pretende abrir a possibilidade de outros bancos administrarem o Fundo
Desde quando o governo começou a estudar a liberação dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior, reforçou, em entrevistas, a ideia de que pretende retirar a exclusividade da CAIXA na administração do Fundo.
A ideia da equipe econômica é criar um departamento de administração para que outros bancos, públicos e privados, também possam participar da gestão. Segundo o governo, a medida permitiria ao trabalhar escolher em qual instituição financeira iria administrar os recursos.
O assunto faz parte de um modelo para a reestruturação do FGTS, que ainda está em fase de estudos pelo Ministério da Economia e não tem data definida para ser implementado.
Mesmo assim, o secretário de Fazenda já anunciou que a reforma do FGTS incluirá também o FI-FGTS, fundo de investimento que aplica os recursos do Fundo de Garantia em projetos de infraestrutura.
Entre as principais atribuições como operadora do Fundo, a CAIXA centraliza os recolhimentos, mantém e controla mais de 700 milhões de contas vinculadas dos trabalhadores. De acordo com o site do FGTS, o patrimônio total do Fundo administrado pela estatal passa de 470 bilhões. A empresa recebe por ano 5% do patrimônio do Fundo para fazer esse trabalho.
Liberação dos saques
Na quarta-feira (24/7), o governo federal anunciou a liberação dos saques das contas ativas e inativas do FGTS. A ideia é estimular o comercio e aquecer a economia do país.
Durante a cerimônia para comunicar a medida, no Palácio do Planalto, o presidente da CAIXA, Pedro Guimarães reforçou que a estatal vai montar um esquema de atendimento para atender as mais de 100 milhões de pessoas que tem direito ao saque.
“Pelos próximos seis meses não vai ter sábado nem domingo. Nós estaremos todos os fins de semana nas agências do Brasil inteiro”, afirmou.
Na avaliação de Guimarães, a medida do governo não causa grandes efeitos para as finanças do banco.
“O FGTS corresponde a 1% da nossa receita. Por isso, retirar R$ 30 bilhões tem efeito mínimo para a CAIXA”, assegurou. Os saques do FGTS começam em setembro e vão se estender até março de 2020.