A presidente da Advocef, Anna Claudia de Vasconcellos, acredita que o papel social do banco público e a importância das ações em prol do desenvolvimento do Brasil contribuem para conscientizar os cidadãos
A população brasileira se mantém contrária à privatização da CAIXA e de outras empresas estatais. De acordo com um levantamento do Instituto de Opinião Pública MDA, 59,8% dos cidadãos não concordam com a venda do banco público.
A pesquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) ouviu 2.002 pessoas, em 137 cidades de 25 estados brasileiros, entre os dias 18 e 20 de fevereiro. A CAIXA está no topo da lista de empresas públicas que a sociedade menos quer ver privatizada. Dos entrevistados que se manifestaram a favor, 28,6% querem as estatais privatizadas e 11,6% não souberam opinar ou não responderam.
Para a presidente da Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef), Anna Claudia de Vasconcellos, o papel social do banco público e a importância das ações em prol do desenvolvimento do Brasil contribuem para conscientizar os cidadãos.
“As pessoas sentem na pele a relevância da CAIXA, que está presente em todo Brasil fazendo o que nenhuma instituição financeira privada se dispõe a fazer, especialmente em momentos difíceis como o que estamos atravessando. Sem dúvidas essas ações reforçam a consciência da população sobre importância de a empresa se manter 100% pública e sustentável”, comenta.
Além de garantir o pagamento do Auxílio Emergencial e outros benefícios sociais para milhões de brasileiros, em 2020 a CAIXA mais que dobrou a concessão de crédito imobiliário: foram concedidos R$ 509,8 bilhões para pessoas adquirirem imóveis, superando os R$ 465,1 bi financiados em 2019.
De acordo com a pesquisa CNT/MDA, os cidadãos também se manifestaram contra a venda de estatais como o Banco do Brasil, a Petrobras, a Eletrobras, a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e a Casa da Moeda.
Em setembro de 2020, uma pesquisa realizada pela revista Exame apontou que 49% dos entrevistados disseram ser contra a privatização da CAIXA, enquanto 22% se declararam a favor, 19% ficaram neutros e 9% não souberam opinar.
Vendas de subsidiárias
Apesar do apoio popular à empresa, a atual gestão da CAIXA mantém planos de vender subsidiárias do banco. Entidades que defendem o banco 100% público e sustentável questionam o projeto, que na avaliação deles, entre outros pontos, tem potencial de enfraquecer a empresa e colocar em risco o desenvolvimento do seu papel social.
O processo de abertura de capital da Caixa Seguridade é o mais avançado entre cinco ofertas que o banco pretende fazer de suas subsidiárias. O processo havia sido interrompido pela crise no ano passado, porém, as discussões foram retomadas em janeiro. As outras subsidiárias na lista da privatização são Cartões, Loterias e a gestão de ativos.