Estudo feito pelo Instituto Ideia e o Exame Invest Pro, ouviu 1,2 mil pessoas e abordou a venda de outras estatais como a Petrobrás e o Banco do Brasil
Uma nova pesquisa de opinião mostra que os brasileiros não apoiam a privatização da CAIXA. O levantamento feito pelo Instituto Ideia e o Exame Invest Pro, feito entre os dias 8 e 10 de março, aponta que 44% dos entrevistados são contrários a venda do banco público. A pesquisa ouviu 1,2 mil pessoas. Do total, 21% posicionaram-se a favor e outros 21% não souberam responder.
Na avaliação da presidente da Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef), Anna Claudia de Vasconcellos, as pesquisas têm dado voz à população, que se manifesta em favor da CAIXA por conhecer, especialmente neste período de pandemia, a importância da estatal para o desenvolvimento do país.
“Os brasileiros sabem a grandiosidade do banco público e o importante papel social que desenvolve, por isso, as pesquisas mostram esse recado da população, que tem um peso muito importante na batalha em prol da CAIXA 100% pública e sustentável”, comenta.
O fundador do Instituto Ideia, Maurício Moura diz que o tema das privatizações “continua polêmico” e um dos motivos é a preocupação que certas estatais poderão perder o objetivo social.
“Esse temor é especialmente preponderante em relação a bancos públicos como a Caixa Econômica Federal, que pratica juros de financiamento da compra de imóveis menores do que aqueles do mercado em geral”, diz.
Além da CAIXA, a pesquisa também abrangeu empresas como o Banco do Brasil e a Petrobras ambos com 38% de rejeição à privatização, a Eletrobras, que tem 35% de rejeição à venda. Foram avaliados, ainda, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Sepro), os Correios, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex) e a Telebras.
IPO das Subsidiárias da CAIXA
No início deste mês, a direção da CAIXA registrou, em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de um dos braços mais rentáveis do banco público: a Caixa Seguridade. Em 2020, apesar das repercussões econômicas da pandemia, esta subsidiária obteve lucro líquido de R$ 1,8 bilhão, o que representa um crescimento de 5,2% em comparação a 2019.
Além da Caixa Seguridade, o governo já sinalizou a venda de mais segmentos estratégicas da Caixa, como Cartões, Gestão de Recursos, o ainda nem formalizado Banco Digital e até as Loterias Federais, cuja parcela relevante dos valores arrecadados é destinada ao Financiamento Estudantil (Fies) e para ações em Saúde, Segurança Pública, Seguridade e Cultura, além de outras áreas sociais.
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