A política de investimentos da Fundação dos Economiários Federais (Funcef) tem gerado preocupação entre as entidades associativas de empregados da CAIXA. Em participação no podcast POD+ANEAC, o presidente da Advocef, Marcelo Quevedo do Amaral, destacou que as estratégias adotadas têm dificultado o cumprimento da meta atuarial — que será elevada neste ano — e chamou a atenção dos participantes do REB e do Novo Plano para a necessidade de acompanhar de perto a situação dos planos.
Quevedo explicou que, quando a meta atual do REB e do Novo Plano não é cumprida, ocorre um “equacionamento mês a mês”. Ou seja, a pessoa projeta se aposentar com uma idade e valor definidos, mas, quando a meta não é atingida, ou a idade de aposentadoria aumenta ou o valor do benefício diminui. “Nós estamos equacionando mês a mês e não estamos tendo essa consciência”.
A política de investimentos não tem atingido a meta prevista e, mesmo assim, há uma discussão sobre o aumento dessa meta. “Aumentar a meta é facilitar a tomada de decisões que justificam o aumento de risco em um momento em que não há necessidade, pois temos uma política monetária que permite aplicar em títulos públicos que vão proporcionar um retorno acima da meta. Por isso, estranhamos muito essa proposta e temos cobrado a Funcef”, pontuou.
Outro ponto destacado pelo presidente da Advocef foi a governança e a transparência da Fundação. Ele relatou dificuldades para encontrar dados e obter respostas para muitos questionamentos técnicos apresentados pelas entidades. “Queremos transparência sobre os investimentos realizados, o retorno de cada investimento e que essas informações estejam disponíveis aos participantes no site”, afirmou Marcelo Quevedo.
A diretora de Funcef e Saúde Caixa, Linéia Costa, também participou do podcast. Ela reforçou a insegurança quanto à política de investimentos e fez um alerta aos participantes: “Precisamos acompanhar a política de investimentos da Funcef com seriedade, sob pena de nos aposentarmos sem rendimentos condizentes a receber”, exclamou.
O diretor da CONTEC e da Advocef, Carlos Castro, também demonstrou preocupação com o tema e acredita que as decisões possam ter um viés político. “Eu questiono por que um plano consegue atingir a meta e um pouco mais, e o outro não? Por que não aplicar o que está dando certo nos demais?”
O POD+ANEAC também contou com a participação do presidente da AudiCaixa, Marcelo Silveira, que ressaltou a necessidade de uma vigilância ativa constante por parte das entidades e dos participantes. “Não é desconfiança, é apenas reconhecer que existe um movimento em curso, semelhante ao que já ocorreu e gerou três planos de equacionamento de déficit. Esse movimento está se repetindo. Cabe a nós exercer uma vigilância ativa. Passiva não funciona, e o equacionamento está aí para provar isso”.
A conversa na íntegra está disponível no canal do YouTube: YouTube @AnecCaixa. O episódio foi apresentado pelo presidente da associação, Luciano Macedo, e pela diretora Jucélia Mendonça.