Mesmo após 40 anos da morte, obra do artista o mantém vivo e presente na cultura brasileira
A obra de Vinicius de Moraes faz com que o artista permaneça vivo mesmo após 40 anos de sua morte, na manhã de 9 de julho de 1980, aos 66 anos. Mesmo depois de tanto tempo, ainda é raro encontrar quem nunca tenha entoado trechos de composições famosas do autor como “Garota de Ipanema” ou a simbólica parte da poesia Soneto de Fidelidade “que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure”.
Na data que marca quatro décadas do adeus, a Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef) homenageia a memória do artista com a recordação de trechos da vida e da obra do poeta carioca, autor de versos que marcaram mais de 50 anos da literatura brasileira.
Formado em Direito, Vinicius não exerceu a advocacia por mais de um mês. Foi um homem de muitos ofícios e além de compositor, também atuou como roteirista, crítico, compositor, músico, dramaturgo, diplomata, poeta.
“A incrível mistura de sofisticação e popularidade é o que torna a obra de Vinicius de Moraes eterna. Sem dúvidas ele a arte dele continuará influenciando gerações”, afirma Anna Claudia de Vasconcellos, presidente da Advocef.
Para celebrar a memória
Nesta quinta (9) um grupo de artistas fará uma live para celebrar a memória de Vinicius de Moraes. A apresentação, marcada para às 19h no canal de Gilda Mattoso, no YouTube, contará com a participação de evento, que começa às 19h, no canal dela no YouTube, contará com nomes como Toquinho, Gilberto Gil, Maria Creuza e Mariana de Moraes, Cynara (Quarteto em Si), e os poetas Marcel Powell, Antonio Cícero, Geraldo Carneiro e o ator Aloísio de Abreu. Cada artista vai escolher algo para cantar e conversar sobre ele.
Antologia Poética
Como se já soubesse o que o destino lhe reservava, ainda em 1954 Vinicius publicou Antologia Poética. O livro reúne 21 anos de publicações, com livros então esgotados ou de tiragens limitadas, todas escolhidas pelo próprio autor.
A obra identificada por Vinicius de Moraes como “A” pode ser dividida em duas partes correspondentes a dois períodos distintos da poesia do livro, conforme explicou o artista.
“A
primeira, transcendental, frequentemente mística, resultante de sua fase
cristã, termina com o poema “Ariana, a mulher”, editado em 1936.
Salvo, aqui e ali, umas pequenas emendas, a única alteração digna de nota nesta
parte foi reduzir-se o poema “O cemitério da madrugada” às quatro
estrofes iniciais, no que atendeu o A. a uma velha ideia de seu amigo Rodrigo
M.F. de Andrade.
À segunda parte, que abre com
o poema “O falso mendigo”, o primeiro, ao que se lembra o A., escrito
em oposição ao transcendentalismo anterior, pertencem algumas poesias do livro
Novos poemas, também representado na outra fase, e os demais versos publicados
posteriormente em livros, revistas e jornais. Nela estão nitidamente marcados
os movimentos de aproximação do mundo material, com a difícil mas consistente
repulsa ao idealismo dos primeiros anos”, diz um trecho da explicação
disponível no site www.viniciusdemoraes.com.br.