Evento abordou o papel da estatal na redução do déficit habitacional do Brasil
A presidente da Associação dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef), Anna Claudia de Vasconcellos, participou do 65º Encontro Nacional das Associações dos Gestores da CAIXA (Enagecef), em São Paulo, nesta sexta-feira (20).
O evento reuniu dirigentes de diversas entidades associativas para falar sobre temas de interesse dos empregados do banco, como o Saúde CAIXA, o fundo de pensão complementar (Funcef) e a devolução dos Instrumentos Híbridos de Capital (IHCDs).
“Todas as discussões propostas hoje são de extrema importância para as Associações entenderem a dinâmica de cada uma delas e trabalharem em prol dos interesses dos seus associados”, disse Anna Claudia de Vasconcellos.
Na 65ª edição do Enagecef aprofundou os debates sobre as consequências da privatização das operações e a necessidade da CAIXA ser uma instituição 100% pública.
IHCD
O economista e professor do IE-Unicamp, Fernando Nogueira, também participou do evento. Ele explicou ao público sobre a devolução do Instrumento Híbrido de Capital e Dívida (IHCD), que compromete os recursos dos financiamentos necessários para a CAIXA cumprir a missão de combater o deficit habitacional do país.
Ele ressaltou que o banco é responsável por 70% do crédito imobiliário no Brasil e lembrou que 1/4 da população mora em casas financiadas. O especialista também apresentou dados que mostram que cerca de 60% dos financiamentos foram feitos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“A CAIXA só vai ser dispensável quando não houver mais favela no Brasil, quando todas forem urbanizadas. Enquanto isso, é um crime de lesa-pátria ameaçar o capital da estatal”, afirmou.
Funcef
A importância de promover uma gestão sustentável dos planos de previdência complementar também foi assunto no Enagecef. A vice-presidente da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar), Cláudia Ricardoni, apresentou um panorama geral sobre o tema e explicou os motivos que podem resultar no equacionamento dos planos. Segundo ela, o déficit no plano de previdência pode ser ocasionado por insuficiência dos ativos ou excesso dos ativos.
Saúde CAIXA
Durante o encontro, o médico e gestor na área de saúde, Albucacis de Castro Pereira, falou sobre os impactos negativos da CGPAR 23 no Saúde CAIXA.
Ele destacou alguns pontos da norma, como o limitador de 6,5% no custeio da parte da Patrocinadora sobre a folha de pagamento e proventos previsto no estatuto da CAIXA. O médico também alertou sobre a necessidade de incluir os novos empregados no plano de assistência à saúde da estatal, para garantir o pagamento do plano.
“Nenhum novo empregado entrou para o Saúde Caixa, com isso, nós estamos agravando o custeio, porque todas as pessoas aqui estão envelhecendo. O jovem que deveria entrar para diluir esse custeio não está sendo admitido no plano de saúde”, atentou.
O Saúde CAIXA foi criado em 2004 e é um dos maiores planos de assistência à saúde do país no modelo de autogestão.