O associado aprendeu os primeiros traços ainda criança inspirado pela família de artistas. Hoje, ele usa a arte como um refúgio e forma de expressão em obras criadas com diferentes técnicas
“Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo. Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva e se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva…”
O trecho de “Aquarela”, uma das composições mais famosas do cantor e compositor Toquinho ajuda a ilustrar a história de Luiz Arthur Marques Soares com o desenho e a pintura. Ele é advogado da CAIXA e associado da Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef) desde 2003.
Assim como narra a letra de “Aquarela”, o menino, hoje com 55 anos, arriscava os primeiros traços sem muitas pretensões, ainda na infância, inspirado pela mãe, Edla Marques Soares, e pelo tio, Jackson Marques, ambos artistas plásticos. O ambiente familiar criativo trouxe ao advogado a certeza de que o desenho e a pintura, feitos inicialmente em folhas de rascunho, seriam práticas constantes em sua vida, e assim ocorreu.
O menino cresceu, se tornou homem, mas fez questão de cultivar a imaginação de quando ainda era criança. Além de ser uma forma de expressão, o advogado do Jurídico de Fortaleza (Jurir-FO) usa a arte como um refúgio para combater o estresse da profissão. Ele explica que costuma sempre escolher um tema e fazer um planejamento quanto ao tempo, materiais e melhor técnica, assim consegue conciliar a arte com o trabalho.
“Quando estou desenhando e/ou pintando sinto uma grande satisfação interior, algo prazeroso e leve”, diz.
Ao longo da trajetória conheceu diferentes métodos de pintura, aperfeiçoou as habilidades e recentemente iniciou trabalhos com a ‘técnica aquarela’, que na opinião dele requer um planejamento mais elaborado.
“Quanto as obras em si costumo sempre escolher um tema e no desenvolvimento solto a imaginação, quanto mais desafiador melhor”, conta.
Esse mix deu origem à pintura em aquarela intitulada “Homenagem aos Profissionais de Saúde”, onde o artista reconhece a importância dessas pessoas, especialmente no atual contexto de crise sanitária vivida pelo Brasil e pelo mundo. Segundo ele, a arte o ajuda a manter a mente sadia neste momento de confinamento.
“Essa obra teve por inspiração minha esposa e filha, enfermeira e médica respectivamente. Foi a forma que encontrei de passar a mensagem de que acredito nelas e que a ciência vai vencer o vírus, tanto que o personagem aparece sentado no Covid-19 como se o domasse”, conta.
Outra arte que Luiz Arthur destaca como uma das mais desafiadoras é o desenho “O rosto de um vaqueiro”.
“Nessa obra eu usei a técnica do ‘pastel seco’ que foi uma das mais desafiadoras até hoje. Doei para uma ONG da cidade de Independência-CE que faz um trabalho voltado para os trabalhadores rurais”, conta.
O artista costuma expor as obras em concursos culturais como o “Talentos Fenae/APCEF”, que tem o objetivo incentivar a produção de cultura dentro do universo dos empregados da CAIXA. Em 2019, o advogado participou e foi premiado nas categorias desenho/pintura, foto e poesia. Neste ano, ele tem duas obras concorrendo: “Homenagem aos profissionais de saúde” e “Dana The Golden”
Persistência é o segredo
Traços delicados, cores vibrantes e diferentes técnicas são alguns itens presentes nas obras. Apesar de acreditar que o talento para a pintura é um dom, ele também comunga da mesma ideia do sobrinho, o quadrinista Daniel Brandão, de que “toda pessoa pode desenhar basta querer”.
“Tem uma frase que li em algum momento na internet e acho muito válida para aqueles que querem desenhar: ‘Aprendi a desenhar porque fui persistente. A persistência é o que chamamos de talento’, portando, persistir é o segredo para se tornar um desenhista”, afirma.
Além disso, Luiz Arthur acredita ser importante buscar referências e inspirações nas obras de outros artistas e revela um gosto especial pela vida e a arte de Vicent van Gogh, um dos maiores representantes da pintura pós-impressionista.
Na avaliação do advogado, a globalização contribuiu para o surgimento de novos e bons artistas nos tempos atuais, e destaca nomes como Mariana San Martin, Negrito, Sérgio Free entre talentos brasileiros que retratam a realidade do país.
“Como atualmente estou focado mais na aquarela costumo seguir o mestre M. Namura que retrata paisagens do cotidiano com aguadas suaves e um traço leve”, conta.
Orgulhoso, o artista também faz questão de divulgar o trabalho do sobrinho Daniel Brandão, uma oportunidade para quem pensa em aprender ou aperfeiçoar as técnicas https://www.estudiodanielbrandao.com/.