Presidente também incluiu o Banco do Brasil e a Casa da Moeda na lista das estatais que não devem ser privatizadas durante sua gestão
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, na noite da quinta-feira (17), que o Banco do Brasil, a Caixa e a Casa da Moeda não serão privatizados em seu governo. Ele respondia uma pergunta feita por um jornalista da rádio Jovem Pan, que costuma participar por telefone da transmissão ao vivo semanal do mandatário no Facebook. O questionamento era se o país precisa de três grandes bancos como a Caixa, o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Porém, o BNDES não foi contemplado na resposta.
“Eu já falei que Banco do Brasil e Caixa Econômica, no meu governo, não se cogita a sua privatização. Assim como queriam privatizar a Casa da Moeda, aí eu, o pessoal fala, interferi. Exerci um direito meu, não é interferência, é um direito meu”, disse Bolsonaro.
MP permite a venda da CAIXA em fatias
Em agosto, o presidente editou uma Medida Provisória que “dispõe sobre medidas para reorganização societária e desinvestimentos da Caixa Econômica Federal e de suas subsidiárias”.
De acordo com um manifesto emitido por entidades representativas dos empregados do banco e que defendem a manutenção da CAIXA 100% pública e sustentável, a MP tem o objetivo de desmembrar e privatizar a empresa, que “será vendia em fatias” caso o texto seja aprovado pelo Congresso Nacional.
Como alertam as entidades por meio do manifesto, a venda de operações lucrativas do banco vai comprometer ação principal da CAIXA, que é o papel social na área de habitação, crédito imobiliário e saneamento.
“E tantas atividades que fazem da estatal um banco público operador das principais políticas sociais do País, como o Programa Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família, para citar apenas alguns”, diz trecho do documento.
No início do ano, a diretoria da estatal chegou a paralisar o processo de abertura de capital da Caixa Seguridade, subsidiária com o processo de venda mais avançado até hoje. A decisão foi motivada pela conjuntura do mercado na época. Recentemente, a gestão retomou o processo e a expectativa é de que a subsidiária seja vendida ainda este ano.
A edição da MP pode acelerar o processo de venda de outras áreas do banco, que também estão na mira da privatização, como o setor de Cartões e as Loterias.