O banco público pretende promover novos cortes e, mesmo assim, se manter rentável
A CAIXA vai reduzir a taxa de juros do cheque especial de 2,9% para 1,8% ao mês. O anúncio foi feito na noite de quinta-feira (2), pelo presidente do banco, Pedro Guimarães, que participou da live com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Na avaliação da diretoria do banco público, com a redução, a taxa do cheque especial se configura como uma das menores praticadas pela estatal, “menor até que a de crédito pessoal”, segundo Guimarães.
Ainda de acordo com a diretoria, os cortes de juros promovidos pela CAIXA são decorrentes do patamar atual da taxa básica de juros, a Selic, que está em 2,25%. Com isso, a previsão da estatal é promover novos cortes no futuro e, mesmo assim, se manter rentável.
Novo programa habitacional
Na tarde de quinta, a CAIXA anunciou um conjunto de medidas para facilitar e desburocratizar o crédito imobiliário. O pacote inclui os custos com cartório e o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) nos novos contratos. O projeto-piloto beneficiou três mil famílias e a expectativa da CAIXA é que a incorporação dos custos extras no financiamento habitacional resulte um fôlego para as famílias de R$ 2,4 bilhões neste ano.
Um pouco mais tarde, durante a live, o ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Rogério Marinho, que também participou da transmissão com o presidente, disse que o governo pretende lançar, em breve, um novo programa habitacional.
Porém, o MDR encontra dificuldades em convencer a equipe econômica a reduzir as taxas de juros praticadas nesses financiamentos, conforme aponta uma matéria do Estadão/Broadcast divulgada pela Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef) no início da semana.
A reportagem também mostrou que o Ministério tenta negociar com a CAIXA, a diluição dos pagamentos dos subsídios a duas faixas do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) ao longo do prazo dos contratos, que podem durar até 30 anos.
Segundo aponta o Estadão, o banco público é resistente à proposta pois o caixa da instituição está pressionado pelas medidas de socorro à população e aos micro e pequenos empresários adotadas durante a crise. Entre as ações estão as pausas de até 120 dias no pagamento de financiamentos, inclusive imobiliários, concedidas a clientes.
Confira a íntegra do Estadão aqui.