Em tempos de pandemia, o home office se tornou uma ferramenta de proteção e aumento de produtividade na CAIXA. Advocef investiu em ferramentas para otimizar o trabalho dos associados
O dia da advocacia comemorado em 11 de agosto celebra o surgimento das primeiras faculdades de Direito no Brasil. Desde então, muita coisa mudou na forma de exercer a profissão, como a participação feminina, a definição das prerrogativas e, mais recentemente, a intensificação do uso da tecnologia nas atividades.
Dados da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L) apontam que no Brasil existem mais de 200 empresas que oferecem serviços como monitoramento e extração de dados públicos, jurimetria, compliance, conteúdo e consultoria para advogados. A utilização de pelo menos uma plataforma de inteligência artificial para codificação de dados já é comum entre escritórios.
O avanço dessas tecnologias no mundo jurídico se intensificou com a pandemia de Covid19, que exigiu uma aceleração sem precedentes de recursos digitais tanto pelos advogados, quanto Ministério Público e magistrados, como as sessões virtuais e sustentação oral gravada.
Na CAIXA, assim que os primeiros casos foram identificados no Brasil, determinou-se que mais da metade dos empregados realizasse suas funções corporativas de casa, por meio do trabalho remoto como uma medida de segurança para resguardar a saúde do quadro e reduzir o fluxo de pessoas em circulação a fim de evitar o contágio pelo vírus.
Para colaborar com a otimização das atividades desempenhadas pelo quadro jurídico, a Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef) investiu em uma série de medidas, como a disponibilização de modelos de petições no Banco de Peças Processuais da entidade e o acesso à uma ferramenta de Pesquisa de Bens, o que facilita a busca de informações nos processos de Recuperação de Crédito e Judicial.
“Esse é um exemplo prático de como a tecnologia contribui para facilitar o trabalho do advogado. Nós sabemos que são várias as atribuições dos nossos associados e estamos sempre buscando formas de tornar os processos mais práticos”, conta a presidente da Advocef, Anna Claudia de Vasconcellos.
Além de ser uma forma de proteção, a possibilidade dos advogados da CAIXA desempenharem as funções de casa rendeu aumento de produtividade. Na avaliação do diretor jurídico, Gryecos Loureiro, o Projeto Remoto tem funcionado bem para as atividades dos advogados e do administrativo.
“Nós estamos recebendo vários feedbacks das áreas parceiras quanto a qualidade do serviço jurídico. Em alguns casos aumentou a qualidade no trabalho remoto, então nós vamos continuar”, disse em vídeo divulgado aos advogados do banco.
A tecnologia e o futuro da Advocacia
Na edição de 2019 do Congresso da Advocef, a entidade promoveu uma reflexão sobre a inteligência artificial e o futuro da Advocacia, com uma palestra da doutora em redes digitais e pesquisadora do centro de pesquisa Atopos da Universidade de São Paulo (USP) Dora Kaufman.
Na ocasião, a especialista mostrou que 23% do trabalho de um advogado médio pode ser substituído por sistemas inteligentes, conforme aponta um estudo americano. O uso da inteligência artificial na advocacia é considerado estratégico pelas sociedades de advogados e departamentos jurídicos, como forma de viabilizar negócios, principalmente no contencioso de massa e de casos repetitivos, mas o assunto ainda causa receio na categoria pela ameaça de fechamento de postos de trabalho.
Na opinião de Dora, a boa notícia é que o ambiente complexo é favorável aos advogados porque o ambiente relacionado a tecnologia de inteligência artificial traz novas áreas de arbitragem.
“O Marco Civil da Internet, a Lei Geral de Proteção de Dados, que está em curso, e a discussão atual da reestruturação da Lei de Direitos Autorais são três grandes arcabouços que geram uma série de novas interpretações e arbitragem do setor jurídico, seja na área pública ou privada”.
Para facilitar
O site Segs elaborou uma lista com ferramentas que pretendem facilitar a vida dos operadores de direito. De acordo com a Segs, uma das ferramentas é a plataforma do Previdenciarista, que oferece serviços para advogados economizarem tempo e dinheiro com rotinas previdenciárias. Por meio do sistema, o advogado consegue fazer os cálculos de benefícios previdenciários em minutos, o que evita erros e economiza tempo. Até o ano passado, mais de um milhão de benefícios já foram calculados.
Confira algumas:
Legal Analytics
A tecnologia de análise de dados baseada em inteligência artificial contribui para ações mais precisas já que analisa processos já deferidos. Ela identifica padrões decisórios na Justiça, mudanças de paradigmas e as novas decisões dos magistrados, assim é possível compreender a expectativa social sobre a decisão do juiz, tempo de andamento do processo, provas estatísticas sobre o tema e posicionamento do tribunal, por exemplo. Para Renan, o investimento em Analytics representa uma boa estratégia para ter sucesso nos negócios pois a solução ajuda o advogado a ter mais efetividade em suas causas.
Inteligência Artificial
Uma forte aliada a rotina repetitiva em escritórios e na vida do advogado, a inteligência artificial pode ser utilizada para realizar pequenas tarefas, como registrar petições, efetuar uma pesquisa legal e criação de documentos. Contribui para o advogado ganhe tempo e se dedique a tarefas mais complexas, automatizando cada vez mais seu dia a dia e crescendo estrategicamente.
Machine Learning
É um tipo de inteligência artificial destinada a gestão e organização de processos, contribui para apurar fraudes, examinar documentos e contratos, realizar análises preditivas e auxiliar nas tomadas de decisões para prevenção de crimes, faz análise de riscos e colabora para evitar controvérsias nos tribunais. Essa tecnologia faz com que algumas empresas tenham informações precisas, impactando positivamente em seus resultados.