Presidente do banco, Pedro Guimarães, afirmou em entrevista ao Valor Econômico que pretende antecipar a devolução de R$ 8 bilhões em IHCD e empréstimos ao Tesouro Nacional neste ano
O processo de abertura de capital da Caixa Seguridade é o mais avançado entre as subsidiárias do banco que estão na mira da privatização. A previsão é que a oferta pública de ações (IPO na sigla em inglês) ocorra em 29 de abril, porém, a ideia da atual gestão é acelerar os outros negócios, que incluem, por exemplo a gestão de recursos caso da subsidiária de gestão e a bandeira de cartões Elo – neste caso, a decisão depende também de Banco do Brasil e Bradesco.
Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente da estatal, Pedro Guimarães, revelou que a pressa para colocar os planos em prática tem a ver com a proximidade do período eleitoral, que diminui o tempo para novas ações. “Realisticamente, não tenho um ano e meio para fazer as operações. Tenho menos tempo e tenho que colocar na ordem as operações mais maduras”, afirmou ao jornal.
Durante a entrevista, o presidente da CAIXA também reiterou que pretende antecipar a devolução de R$ 8 bilhões em Instrumento Híbrido de Capital e Dívida (IHCD) e empréstimos ao Tesouro Nacional neste ano. Para isso, parte dos recursos seriam oriundos da venda da Caixa Seguridade, braço rentável e estratégico do banco.
Porém, com a pressa de iniciar o processo de privatização, a companhia tem sido desvalorizada no mercado. Em setembro de 2020, quando a empresa tentou abrir o capital da Caixa Seguridade, a operação estava avaliada em R$ 60 bilhões. Atualmente, o valor estimado é de R$ 36 bilhões.
Os IHCDs são operações de empréstimo entre os bancos públicos e a União para reforçar o capital das instituições financeiras. Esses instrumentos não têm prazo para devolução. Entre 2007 e 2013, a CAIXA realizou seis contratos de IHCD junto ao Tesouro Nacional, em um total de R$ 40 bilhões e, do total, o banco já devolveu R$ 11,35 bilhões.
A operação é vantajosa para as duas partes: no caso da CAIXA, possibilita a ampliação da oferta de crédito, a diminuição da taxa de juros e o aumento da capacidade do banco em investimentos em políticas públicas e no desenvolvimento do país como habitação popular, saneamento básico, infraestrutura; já a União se beneficia com o recebimento das taxas de juros acima da Selic e, no caso de alguns contratos, também da correção monetária.