Élida Fabrícia Oliveira Machado Franklin foi eleita para o Conselho Federal da OAB Secção Piauí (OAB-PI) pela Chapa 3 – Pra seguir em frente, que recebeu 3.029 votos
Um processo eleitoral histórico. Assim pode ser definido o primeiro pleito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sob o efeito das cotas raciais e da paridade de gênero, com mulheres eleitas à presidência para o triênio 2022/2024 em cinco Seccionais, além da expressiva participação feminina nas chapas eleitas em todo o Brasil.
Uma dessas mulheres é a associada Élida Fabrícia Oliveira Machado Franklin, eleita para o Conselho Federal da OAB Secção Piauí (OAB-PI) pela Chapa 3 – Pra seguir em frente. O grupo encabeçado pelo advogado Celso Barros, que já é o atual presidente da OAB-PI, foi eleito com 3.029 votos.
Para a presidente da Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef), Anna Claudia de Vasconcellos, a eleição de uma advogada do banco representa uma vitória da categoria e, consequentemente, da empresa, que terá uma representante para contribuir com a defesa de seus interesses.
“É muito bom ver mulheres cada vez com mais vontade de pleitear a ocupação de espaços importantes em nossa sociedade. Em nome da Advocef quero parabenizar nossa associada Élida pela eleição ao Conselho Federal do Piauí. Sem dúvidas, a CAIXA tem muito a ganhar com a participação de seus advogados em frentes de trabalhos tão importantes como esta”, diz.
Envolvida com a política de classe há mais de dez anos, esta é a terceira eleição da qual Élida participa. Ao longo desse tempo, a advogada conta que já atuou em gestões anteriores da OAB, como membro da diretoria e, atualmente, trabalha como conselheira seccional e ouvidora geral. Segundo ela, um dos fatores cruciais para decidir concorrer ao cargo no Conselho Federal foi a oportunidade de fazer um contraponto com o jurídico da CAIXA.
“Eu percebi que, dentro do Conselho Federal, poderia contribuir para representar os interesses, as observações e ser uma porta-voz da CAIXA como empresa e de sua advocacia, como o maior escritório jurídico do país”, comenta a conselheira.
Fora do banco, o foco da advogada é voltado ao Direito Penal, por isso, pretende estar atenta às possibilidades de alterações na Legislação por meio das comissões de acompanhamento legislativo. Com a legitimidade do Conselho Federal, ela quer acompanhar de perto qualquer alteração que possa impactar diretamente na defesa dos interesses da CAIXA.
Élida quer ser uma facilitadora da aproximação da advocacia do banco com o Conselho Federal. Para ela, é preciso fortalecer as condições que são diretamente ligadas, trazendo membros da advocacia da CAIXA para participar cada vez mais das Comissões Nacionais. “Precisamos estimular a participação dos colegas advogados da CAIXA em cargos no sistema OAB por todo o país, não só no Conselho Federal, mas nas seccionais também. Quero, de certa forma, ser um elo entre a empresa e o Conselho Federal nas tratativas de tudo aquilo que seja mais importante, não só à advocacia da CAIXA como categoria, mas também para o banco, na defesa de seus interesses”, completa.
Mais mulheres na OAB
Para Élida, participar de uma eleição histórica como esta é motivo de orgulho. “Na minha vida esse cargo representa o reconhecimento de um trabalho contínuo, a longo prazo, que vem sendo desenvolvido com muito afinco, determinação, voltado também para a busca da defesa da participação da mulher nos ambientes de poder. As colegas eleitas representam esse esforço coletivo para elegermos mulheres para a condução dos trabalhos nas OAB’s de todo o país”, comenta.
A advogada conta que há muito tempo faz parte de movimentos de incentivo às candidaturas femininas com articulações a nível nacional, buscando estimular mulheres a concorrerem à presidência da OAB-PI, por exemplo, por isso, acredita que na próxima eleição essa será uma tendência bastante trabalhada.
Ao todo, cinco presidentes mulheres foram eleitas para o triênio 2022/2024. Em São Paulo, Patricia Vanzolini foi eleita com 67.395 votos. Na Bahia, Daniela Borges recebeu 9.524 votos. Marilena Winter venceu a eleição no Paraná com 59,68% dos votos válidos. A advogada Claudia Prudêncio foi eleita em Santa Catarina com 12.797 votos e, em Mato Grosso, a segunda mulher a assumir o comando da OAB foi Gisela Cardoso, eleita com 4.642 votos. A primeira foi a atual presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Maria Helena Póvoas, que atuou entre 1993 e 1997.