O presidente da CAIXA, Pedro Guimarães, participou de reunião para alinhar detalhes do texto do Ministério do Desenvolvimento Regional; projeto deve ser entregue à Casa Civil nos próximos dias
O Governo Federal deve apresentar, na próxima semana, um projeto para a criação de um novo programa habitacional para o país, que poderá substituir o Minha Casa Minha Vida (MCMV), responsável por entregar, ao longo de quase dez anos, mais de 4 milhões de moradias em todo Brasil.
Apesar de a íntegra do texto só ser divulgada nos próximos dias já se sabe que a ideia do novo modelo é trazer um atendimento diferenciado para a população de baixa renda. O ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Gustavo Canuto, já conversou com o presidente da CAIXA, Pedro Guimarães e com membros da equipe econômica para alinhar os detalhes antes da entrega à Casa Civil. Depois de serem discutidas, as propostas do MDR podem se tornar um projeto de lei.
Mercado imobiliário
No entanto, a proposta de reforma tributária, que já tramita no Congresso Nacional, e as possíveis alterações no regime de incentivos do MCMV deixaram o mercado imobiliário brasileiro em alerta. A preocupação do setor é que as alterações possam ter um impacto negativo para o segmento.
Atualmente, o programa habitacional é um dos maiores estimuladores do mercado imobiliário no país. Dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), mostram a relevância. Só em junho deste ano o MCMV financiou 75% das 16.298 unidades de imóveis lançadas no mês.
O ministro Canuto antecipou que o novo projeto deve realocar os recursos para regiões estratégicas e terá parceria com a iniciativa privada. De acordo com ele, no próximo ano, a estimativa é de que sejam construídas 222 mil unidades habitacionais do programa.
Com a missão de reduzir o déficit de moradias no país, que chega à 7 milhões, a CAIXA anunciou, em agosto deste ano, uma nova linha de crédito, que é corrigida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Até agora, o banco já concedeu R$ 200 milhões para esta modalidade.
O presidente da estatal, Pedro Guimarães, já afirmou que o banco pretende inaugurar, dentro de dois anos, uma linha de crédito sem correção.