Em entrevista ao jornal Estadão, o presidente da CAIXA, Pedro Guimarães, também foi questionado sobre a venda de ativos do banco
Em entrevista ao jornal Estadão, na terça-feira (23), o presidente da CAIXA, Pedro Guimarães, afirmou que o banco pretende focar no crédito às micro e pequenas empresas.
Recentemente, a estatal firmou uma parceria com o Sebrae e, em menos de um mês, emprestou R$ 1 bilhão para os micro e pequenos empresários. Na última terça-feira (16), o banco público também lançou uma nova linha de crédito com R$ 3 bilhões destinados à essas empresas.
Durante a entrevista, o presidente do banco foi questionado acerca do processo de venda de ativos da CAIXA. Ele negou a intenção de privatizar o banco como um todo, mas explicou que pretende dar andamento à venda de quatro subsidiárias.
“Podemos abrir o capital de operações como asset, seguros e cartões. Nas loterias há uma discussão que depende (de legislação). São quatro ramos importantes para a Caixa, mas que não são o coração do banco. A entrada de novos investidores pode ser uma forma de aumentar a governança do banco como um todo”, disse.
Confira, a seguir, trechos da entrevista:
Uma das críticas ao governo é o fato de o dinheiro não estar chegando a pequenas e médias empresas. Como a Caixa pode fazer esse meio de campo?
É uma análise risco. Com o governo tendo 85% da (possível) perda, a Caixa vai conseguir emprestar para um número maior de empresas do que se o dinheiro fosse do banco. Nós entendemos que o próprio auxílio de (R$ 600) tem ajudado na volta de atividades (das empresas). Posso te dizer que abril foi um mês muito duro, assim como o começo de maio. Mas já estamos retomando. Na última sexta-feira, tivemos um recorde de busca por crédito consignado e prestamista. Nunca vendemos tanto. Voltamos a vender assim que acabamos de pagar o auxílio emergencial. A Caixa está retomando. A nossa maior missão agora é o crédito das micro e pequenas empresas. A Caixa não participa do crédito às grandes empresas, que já estão muito bem servidas. Então os nossos focos são claros: crédito imobiliário, políticas sociais, crédito consignado e microempresas.
Começa nas segunda-feira a liberação de R$ 3 bilhões para 5 milhões de pessoas. Estamos depositando nas contas digitais para evitar as filas. Estamos pagando o auxílio a 64 milhões de pessoas, todos os meses, fora os 60 milhões que já são atendidos nas agências da Caixa todos os meses. Abrimos as contas digitais, que vão poder ser utilizadas mesmo pela população mais carente. Vai ser um legado positivo de uma situação catastrófica da pandemia. E vamos ter um cronograma de pagamento mais dilatado. Para evitar as filas.
Há um mês e meio lançamos os financiamentos imobiliários com seis meses de carência para pagamento. Apesar do momento grave, há uma série de pessoas que têm comprado apartamentos a um preço mais baixo que o normal e aproveitado a carência para começar a pagar. De novo é uma questão de foco. No segmento imobiliário, em que somos fortes, vamos auxiliar sim empresas e empresários, buscando dar opções de escolha a nossos clientes.
Como vai ser o processo de venda de ativos da Caixa?
Não há discussão para privatizar o banco como um todo nem nunca houve. A Caixa tem um papel social que ficou claro nessa pandemia. Mas podemos abrir o capital de operações como asset, seguros e cartões. Nas loterias há uma discussão que depende (de legislação). São quatro ramos importantes para a Caixa, mas que não são o coração do banco. A entrada de novos investidores pode ser uma forma de aumentar a governança do banco como um todo.
A gente precisa focar no que precisa ser feito. Na Caixa, a gente colocou um aplicativo no ar e 42 milhões de brasileiros se cadastraram em quatro dias. Tivemos as filas, que foram um problema. E como a gente resolveu? Todas as pessoas da Caixa unidas, e mais parceria com 1.280 prefeituras, que nos ajudaram.
Acesse a entrevista na íntegra aqui