Saída se deve a um manifesto da Fiesp, apoiado pela Febraban, pedindo harmonia entre os três Poderes. Bancos públicos entendem que as entidades estão se posicionando de forma política
A CAIXA e o Banco do Brasil ameaçam deixar a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O motivo é a adesão da entidade a um manifesto da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) com um pedido de harmonia entre os três Poderes. De acordo com o Estado de S. Paulo, o entendimento dos bancos públicos é que as entidades estão se posicionando de forma política, o que ambos, controlados pelo governo, discordam.
O manifesto da Fiesp, intitulado “A praça é dos três Poderes”, foi assinado por diversas entidades da sociedade civil. O texto obtido pelo Estadão/Broadcast, que pode ser publicado nesta segunda-feira (30), traz críticas implícitas à gestão de Paulo Guedes e foi encarado pelos bancos públicos como um ataque à política econômica, o que motivou o presidente da CAIXA, Pedro Guimarães, a liderar o movimento de ruptura com a Febraban.
O documento pede a harmonia como “regra” entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Nenhum dos Poderes, defende, é “superior em importância”, nenhum “invade o limite” dos outros e um “não pode prescindir” dos demais.
Explicações sobre a saída
O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), disse que vai apresentar um requerimento para ouvir o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, para entender a decisão dos bancos de deixar a Febraban.
“Quando você politiza essa questão dos bancos, é muito triste, a gente começa a ficar preocupado. Quero entender, de fato, o que está acontecendo, não dá para a gente ficar nessa economia ideológica”, afirmou Aureo Ribeiro.
A ideia é que o convite seja aprovado ainda nesta semana e uma audiência única com os três seja marcada dentro de 15 dias.
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