Especialistas ouvidos pelo jornal Estadão veem piora nos índices por causa da pandemia
O número de falências em decorrência da crise do novo coronavírus teve um salto de 71, 3% em junho, de acordo com um levantamento da Boa Vista SCPC. Segundo os dados da empresa, no mês passado o número de pedidos de recuperação judicial cresceu 44,6%.
Especialistas ouvidos pelo jornal Estadão acreditam que a tendência é de uma piora e o movimento ao longo deste semestre tanto no número de recuperações judiciais como no de falências tende a aumentar.
Nos dois casos, o volume de pedidos vinha arrefecendo no início deste ano, mas com a pandemia do novo coronavírus voltaram a crescer, afirma o economista da Boa Vista, Flávio Calife. A recuperação judicial representa uma chance de a empresa se recuperar sem que a falência seja decretada pelo juiz, ou seja, sem que a companhia encerre suas atividades.
A matéria mostra que na avaliação do sócio-diretor da consultoria Alvares & Marsal, Eduardo Seixas, o crescimento dos processos judiciais ainda está baixo comparado ao tamanho da crise. Para ele, uma das explicações é que os credores estão mais sensíveis à situação provocada pela pandemia e estão evitando recorrer a execuções de garantias – um dos fatores que acabam levando as empresas à recuperação judicial.
Já o advogado Flavio Galdino, do escritório Galdino & Coelho conta que a recomendação que tem dado aos clientes que o procuram para reequilibrar suas contas é para esperar e não entrar agora em recuperação judicial. É preciso aproveitar que os credores não estão apertando e jogar um pouco para frente.
“Na minha avaliação, a onda maior virá em setembro e outubro.” Para Galdino, os setores que mais correm risco de irem para recuperação judicial são os de turismo e de varejo.
A saída da crise atual é uma incógnita, dizem especialistas ouvidos pelo Estadão. Ninguém sabe quanto tempo vai demorar para voltar aos níveis pré-pandemia, e em alguns setores, a dúvida é ainda mais latente, como as áreas de entretenimento e restaurantes, por causa do comportamento da população ao fim do isolamento.
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