Os advogados da Caixa Econômica Federal, representados pela Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef), manifestam publicamente o repúdio com a postura adotada pela presidência do Conselho de Administração do banco, exercida por Ana Paula Vescovi, que tenta de todas as formas modificar o estatuto da Caixa, vigente desde o dia 30 de abril deste ano, para tornar os cargos de terceiro escalão da instituição em cabide de empregos ao indicar apadrinhados políticos para as funções de direção na estatal nos últimos meses do atual Governo Federal.
Desde que foi aprovado no fim de abril, o estatuto da Caixa tem sido alvo de constantes tentativas de modificação, por motivos aparentemente escusos e distantes do que recomenda a boa governança, uma vez que cargos de livre nomeação serão ocupados por pessoas que não tem conhecimento ou tampouco experiência na atividade bancária. Tal medida vai contra o que se pretende obter com a melhoria da governança corporativa, da transparência, da moralidade e da eficiência do serviço oferecido.
Noticiadas mais uma vez pela imprensa nesta quinta-feira (13), essas mudanças foram reconhecidas, de forma inédita, pela presidente do Conselho de Administração, Ana Paula Vescovi, que, estranhamente, insiste em ignorar que todos os casos de corrupção denunciados dentro da Caixa Econômica Federal foram praticados por pessoas indicadas politicamente, não por empregados de carreira do quadro da instituição.
Não bastassem os cargos de primeiro e segundo escalões – representados pelo presidente e vice-presidentes – serem de livre provimento, o que se pretende agora é que as diretorias também sejam preenchidas por indicados políticos, quando tais cargos foram criados com o intuito oposto: o de blindar a empresa de interferências políticas. As diretorias da Caixa são cargos operacionais por natureza, portanto exigem amplo conhecimento do funcionamento da empresa, o que inclui normativos, produtos e serviços oferecidos ao público, especialmente o mais carente.
Diante de tudo isso, é imperioso afirmar que tais ataques à independência e autonomia da Caixa Econômica Federal não passarão impunes ou tampouco serão recebidos de forma passiva pelas entidades associativas e sindicais que lutam para defender a instituição, sobretudo pela Advocef, que tem acompanhado de perto esse quadro e não cessará na busca por formas legais de interromper mais essa tentativa de enfraquecimento da estatal.
Diretoria.