Privatização da Caixa Seguridade também está entre os principais assuntos. Subsidiária registrou lucro de R$ 1,8 bilhões, mesmo assim, os planos para venda seguem adiante
A semana foi de intensos debates em torno da PEC Emergencial, que permite a retomada do auxílio pago aos brasileiros em razão da pandemia. Em contrapartida, o texto-base aprovado no Senado na quinta-feira (4) prevê medidas de contenção fiscal e uma série de medidas que podem ser adotadas em caso de descumprimento do teto de gastos.
Outro ponto que merece destaque é o limite de custeio do auxílio emergencial, que deve ser até R$ 44 bilhões, segundo a proposta. O total representa menos do que o auxílio residual, que custou cerca de R$ 64 bilhões.
O texto original da PEC Emergencial previa outras medidas imediatas de redução de despesas para compensar o pagamento auxílio, como o fim da vinculação orçamentária mínima para a educação e a saúde e a redução salarial de servidores públicos. Como os dispositivos causaram polêmica entre os parlamentares, foram removidos pelo relator, senador Marcio Bittar (MDB-AC).
A matéria seguiu para análise na Câmara dos Deputados, onde segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a maioria dos líderes concordou com o rito acelerado. Com isso, a matéria deve ser votada diretamente no plenário, sem passar por comissões.
Durante a semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), discutiu as reformas tributária, administrativa e a PEC Emergencial com os presidentes da CAIXA, Pedro Guimarães, da Federação Brasileira de Bancos, Isaac Sidney, do Itaú, Milton Maluhy Filho, bem como representantes do Bradesco e de outras 15 instituições. O ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) também participou do compromisso.
No encontro, os representantes das instituições financeiras debateram o atual contexto do país e os principais pontos de interesse do setor com os senadores.
Possível volta de linhas emergenciais
A equipe econômica do governo federal tem buscado se aproximar das instituições financeiras em prol de viabilizar medidas que diminuam os impactos da crise na economia. De acordo com informações do Valor Econômico, o governo começou a discutir com representantes de bancos a possibilidade de reeditar as linhas de crédito emergenciais criadas para empresas no início da pandemia.
Novas rodadas do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), da linha assegurada por recursos do Fundo Garantidor de Investimentos (FGI) e do financiamento à folha de pagamentos de pequenas e médias empresas estão no radar. Desde o início da pandemia, a CAIXA já emprestou R$ 28,7 bi para micro e pequenas empresas.
Seguridade registra lucro de R$ de R$ 1,8 bi em 2020
A Caixa Seguridade registrou lucro líquido de R$ 1,8 bilhão em 2020. O balanço anual da companhia divulgado na segunda-feira (1) aponta um crescimento de 5,2% em comparação com 2019.
Apesar do resultado e da instabilidade do mercado, a subsidiária, que é um dos braços mais rentáveis do banco, está na mira da privatização. Nesta semana, a gestão da CAIXA registrou, em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
O IPO havia sido interrompido em razão da pandemia. Na época, a operação era estimada em R$ 15 bilhões e o objetivo do banco público era avaliar a empresa entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões.